21.11"Eu quero sempre partir. Nunca me senti em casa. Talvez, por um segundo, em Londres. Estou sempre querendo ir embora. E nunca chegando. Minhas viagens têm inicio, meio e chegam ao fim. Mas eu nunca chego a um destino, eu nunca chego ao encontro. Eu penso em estar só: penso em um tempo em que estarei satisfeita e não precisarei partir. E ao meu redor haverá silêncio e calma e o tempo não vai correr. Hoje pensei tanto no R. Hoje chorei porque vou ser divorciada. Não significa nada. Nunca fui de fato casada. Mas é um nome que não quero, não quero, não quero. Há muito tempo eu não me sinto realmente triste, o que é bom. Entendi que essa tristeza é toda fabricada e que não cabe mais. Mas tenho me sentido irritada o tempo todo. Não sei se é a L. e minha convivência, se é a iminência da cirurgia. Tenho sentido uma irritação que me domina. Acho que é a L. Sem ela é mais calmo. Ela me traz uma insatisfação, interessante. Ela me afasta de mim. Ando ciumenta de mim. Quero me ter só minha, mesmo que pouco. Mesmo que eu não saiba nem quem sou nem bem o que procuro. Enfim, enfim. Amanhã quero o dia só para mim."22.11" Continuo me perguntando: por que quero tanto ir? É mesmo o trabalho, a falta de amor, a quantidade de mulher, a vidinha pequena? Ou é vontade de me esquecer? Quero a Inglaterra. Quero tanto. Quero outro lugar. "
M.C.
13 de mai. de 2011
Confessions of a bookaholic in treatment: - Parte 6
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