15 de nov. de 2009

A Mulher Do Viajante No Tempo - The Time Traveler's Wife



A autora de meu livro favorito:
Audrey Niffenegger

The Time Traveler's Wife











 
 
"Queria que as pessoas pensassem sobre a intimidade do amor, quão inefável ele é, e como ele nos molda. Eu queria escrever sobre a espera, mas como a espera é essencialmente negativa (tempo gasto na ausência de algo), escrevi sobre todas as coisas que acontecem ao redor da espera.” A. Niffenegger
 
Ainda falando sobre o livro, cito um dos poemas do mesmo.

AMOR DEPOIS DO AMOR

Há que chegar a hora em que, com alegria,
voce vai se cumprimentar chegando à porta de casa,
 em seu próprio espelho,
 e cada um sorrirá com a acolhida do outro,
e dirá, sente-se aqui. Coma.
Você amará de novo 
o estranho que era seu eu.
Dê vinho. Dê pão. Devolva seu coração a ele mesmo,
ao estranho que amou você
desde que você nasceu, que você ignorou
por outro, que o conhece de cor.
Tire as cartas de amor da estante,
as fotografias, os bilhetes desesperados,
tire sua própria imagem do espelho.
Sente-se. Banqueteie-se com sua vida.
                                                             Derek Walcott

28 de out. de 2009

O primeiro livro: A Mulher do Viajante No Tempo



Olá, pessoas!!!



Gosto muito de ler!



         Ao longo de minhas leituras, alguns livros alcançaram minha alma. Outros, não passaram nem perto, mas, definitivamente, uns quatro ou cinco conseguiram tocá-la profundamente. Como se tivessem dedos mágicos suavizaram recônditos de minha alma que nem mesmo os conhecia.

          O livro nº1 da minha lista é The Time Traveler's Wife, traduzido para o Brasil como: A mulher do Viajante no Tempo.

          Considero-o como o melhor de todos os "tempos e mundos suficientes". Já o li quatro vezes. Da primeira vez, rapidamente, mergulhada na história e querendo saber mais, saber como as coisas aconteceriam como iriam terminar. Da segunda vez li devagar, saboreando a história, sem querer que tudo terminasse. E da terceira vez, li por vício. Fiquei, de fato, completamente viciada nele! Mas ao longo das postagens, vão notar que não sou a única!

 
“Clare: É duro ser deixada para trás. Espero por Henry, sem saber onde ele está imaginando se ele está bem. É difícil ser aquela que fica. (…)

Há muito tempo, os homens partiam para o mar e as mulheres esperavam por eles, paradas junto à água, examinando o horizonte à procura de um pequenino navio. Agora espero por Henry. Ele desaparece involuntariamente, sem aviso. Eu espero por ele. Cada momento de espera parece um ano, uma eternidade. Cada momento é lento e transparente como vidro. Em cada momento posso ver infinitos momentos alinhados, esperando. Por que ele foi para onde não posso segui-lo?”




     Este é o primeiro romance de Audrey Niffenegger, artista plástica, escritora e professora de arte em uma Universidade de Chicago. O descobri quando fiquei sabendo que Rachel Mc’adams – minha atriz favorita- faria um filme baseado neste livro. Entrei num site, comprei o livro e dois dias depois o recebi. Sinceramente, não sei descrever o que acontecera, mas, intuitivamente, abracei a capa do livro e sem ter noção alguma da história pensei: “Este livro mudará a minha vida”.  E, não estava errada. Através dele muitas coisas sucederam, outra hora pode ser que eu relate aqui para vocês.

O personagem principal, Henry DeTamble, é um bibliotecário em Chicago.  Ele é um IDC (individuo deslocado cronologicamente) e, isso o faz viajar involuntariamente no tempo para momentos cruciais de sua vida, no passado e no futuro.  

      Os eventos são como “a gravidade” o puxando sempre para revivê-los mesmo que seu “Eu” presente, não tenha a menor noção de já ter vivido aquilo. Não leva nada consigo durante as viagens involuntárias e por sua sobrevivência depende de burlar regras sociais e viver se escondendo. Na maioria das vezes você o verá correndo feito louco, arrombando locais, furtando coisas, lutando desesperadamente para retornar aos braços de Clare. Sua esposa no presente.


     A mulher do viajante do tempo é Clare Abshire, uma artista plástica com fascínio por projetar esculturas gigantes e excêntricas. Quando conhece Henry, ela tem seis anos e ele, 36. Ela o encontra em uma clareira da Campina, que é parte da Meadowhouse, propriedade da família, em Michigan. Ao longo de seu desenvolvimento na infância e adolescência, Clare recebe 152 visitas de Henry. Cada uma delas com seu teor apaixonante e inusitado.  
  


“Henry: estou na Campina, esperando. Espero um pouco longe da clareira, nu, porque as roupas que Clare mantém para mim em uma caixa não estão lá; a caixa também não está lá, e sou grato por esta ser uma bela tarde, talvez no início de setembro, em um ano não identificado. (…) Clare está contente, absorta. Ela deve ter seis anos, e se estamos em setembro ela deve ter acabado de começar a primeira série. Ela obviamente não espera por mim, sou um estranho, e estou certo que a primeira coisa que se aprende na primeira série é não dar confiança para estranhos que aparecem nus no seu local secreto favorito e sabem seu nome e lhe dizem para não contar nada à mamãe e ao papai. Imagino se este é o dia em que nos encontramos pela primeira vez.”



 
     O livro é narrado alternadamente por Clare e Henry, e segue uma sequência cronológica peculiar; após narrar os primeiros encontros, seguimos pelo cotidiano de Clare e Henry no presente, com capítulos que contam como foram as primeiras viagens no tempo de Henry, eventos significativos da infância de ambos, por exemplo, como um Henry adulto ensinou truques de sobrevivência a um pequenino Henry que ainda não compreendia o que se passava com ele, a morte da mãe de Henry, e acontecimentos da adolescência de Clare.

     

     Apesar das idas e vindas da narrativa através de vários pontos no tempo, a história segue num ritmo coerente e bem explicado e ficamos envolvidos com a vida e o destino dos personagens. Apesar de viajar pelo tempo, Henry não consegue alterar o rumo dos acontecimentos. 
      
         





27 de out. de 2009

Livros alimentam minha alma!

" Ter um livro nas mãos é o mesmo que ganhar um passaporte para adentrar em portais diversos. Nestes portais, você pode de repente, se ver num lugar muito diferente, enigmático, surpreendentemente...mágico! Ter um livro em suas mãos pode representar rupturas paradigmáticas; guerras canceladas; inteligência fomentada. Você pode em segundos, passar de escravo à senhor; de endividado à credor. Você pode, mais do que qualquer outro alguém, ter seu EU exaltado, embevecido e extasiado de conhecimento em profundidade. É assim comigo...cada livro que chega às minhas mãos representa este mundo indizível de portais e universos que se chocam e, magneticamente, materializam-se diante de mim oferecendo-me uma trégua entre meu PRÉ-CONHECIMENTO e minha IGNORÂNCIA. Os livros alimentam a minha alma". Dito isto, vou começar a falar um pouco de alguns livros que gosto. Aguardem meu próximo post! Obrigado a todos que me acompanham. Ósculos enebriados de uma leitora compulsiva...^^

18 de out. de 2009

"Nem tudo que se enfrenta pode ser modificado, mas nada pode ser modificado até que seja enfrentado". Albert Einstein 
  Este pensamento é tao simples e,ao mesmo tempo, pouco visualizado pelas pessoas que vivem no paradigma atual. Um exemplo: é mais simples ir de encontro ao medo, mas numa maneira geral, a maioria das pessoas, fogem dele. Evita-no. Sem perceber q enfrentá-lo é a unica maneira de libertar-se. Por isto,acredito em Terapia. Remover insegurança é um bom começo no caminho do descobrimento interior. Viver problemas faz parte da nossa vida. Alguns são inevitáveis. Porém, podemos modificar nossa forma de visualizá-los. Mudar o comportamento é fator imprescindível à nossa evoluçao.

17 de out. de 2009

O Desconhecido...

"A percepção do desconhecido é a mais fascinante das experiências. O homem que não tem os olhos abertos para o misterioso passará a vida sem nada!"
Albert Einstein

No início do século XX, durante uma conferência com vários universitários, um professor da Universidade de Berlim, desafiou os seus alunos com esta pergunta:

- Deus fez tudo que existe?
Um estudante respondeu corajosamente:
- Sim, fez!
- Deus fez tudo, mesmo?
- Sim, professor. - respondeu o jovem.
- Se Deus fez todas as coisas, então Deus fez o mal, pois o mal existe, e considerando-se que nossas acções são um reflexo de nós mesmos, então Deus é mau.
    O estudante calou-se diante de tal resposta e o professor, feliz, se vangloriava de haver provado uma vez mais que a Fé era um mito. Outro estudante levantou sua mão e disse:
- Posso lhe fazer uma pergunta, professor?
- Sem dúvida - respondeu o professor.
- Professor, o frio existe?
- Mas que pergunta é essa? Claro que existe, você por acaso nunca sentiu frio?
- Na verdade, professor, o frio não existe. Segundo as leis da Física, o que consideramos frio, na realidade é ausência de calor. Todo corpo ou objecto pode ser estudado quando tem ou transmite energia, mas é o calor e não o frio que faz com que tal corpo tenha ou transmita energia. O zero absoluto é a ausência total e absoluta de calor, todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas o frio não existe. Criamos esse termo para descrever como nos sentimos quando nos falta o calor.
    E continuou o estudante:
- E a escuridão, existe?
   O professor respondeu:
- Mas é claro que sim.
- Novamente o senhor se engana, a escuridão tampouco existe. A escuridão é na verdade a ausência de luz. Podemos estudar a luz, mas a escuridão não. O prisma de Newton decompõe a luz branca nas várias cores de que se compõe, com seus diferentes comprimentos de onda. A escuridão não. Um simples raio de luz rasga as trevas e ilumina a superfície que a luz toca. Como se faz para determinar quão escuro está um determinado local do espaço? Apenas com base na quantidade de luz presente nesse local, não é mesmo? Escuridão é um termo que o homem criou para descrever o que acontece quando não há luz presente.
Finalmente, o jovem estudante perguntou ao professor:
- Diga, professor, o mal existe?
- Claro que existe. Como eu disse no início da aula, vemos roubos, crimes e violência diariamente em todas as partes do mundo, essas coisas são o mal.
- O mal não existe, professor, ou ao menos não existe por si só. O mal é simplesmente a ausência de Deus. É, como nos casos anteriores, um termo que o homem criou para descrever essa ausência de Deus. Deus não criou o mal. Não é como a Fé ou o Amor, que existem como existe a Luz e o Calor. O mal resulta de que a humanidade não tenha Deus presente em seus corações. É como o frio que surge quando não há calor, ou a escuridão que acontece quando não há luz.
O professor sentou-se.
O nome daquele jovem?  
Albert Einstein.

15 de out. de 2009

O homem solitário - Alguns contos da pequena princesa e sua rosa.


 
 
Conto Um

Tenho uma rosa que é minha só. Muitas vezes penso que ela me faz especial, porque ela é minha, é secreta e ninguém pode tocar. Mas isso é bobagem, ela não me faz especial, ela não é especial. Ela nem dói tanto, isso é só jogo, só uma brincadeira de ficar infeliz. Como embaixo da nuvem. La não tem ninguém, então é lá que fico emburrada e só para manter todos longe.  E faço teatro: comigo, porque me digo que sou muito mais infeliz do que realmente sou. Com os outros, pois represento mil papéis para atrair, agradar, mas manter distante. Não me mostro nem a eles, nem a mim. Agora, já não faz mais sentido. Não dói tanto assim e quando, por hábito, vou adorar a flor, já nem está lá... é muito claro que é tudo ilusão. Então preciso de parâmetro novo. Então tá. Ser feliz é ser mais uma só. Sem teatro para fora ou para dentro. É ser capaz de me achar bela e inteira. É tomar parte na minha vida. Ser consciente, fazer escolhas e não ser escolhida sempre. É conhecer quem sou e no que acredito. É ter mais amor pelo meu corpo, pela minha vida e amar minhas experiências não porque elas foram dolorosas, mas porque me ensinaram.


       Conto Dois:
 
         Eu me lembro de sempre ter sido uma criança muito séria. Muito responsável obediente. Sempre fui considerada madura e me relacionava melhor com adultos que com outras crianças. Engraçado, isso. Eu nunca gostei de ser criança. Eu não achava os adultos especialmente interessantes, também. Eu sempre achei complicadas as interações sociais e preferi os livros às pessoas. Eu imaginava ser adulta, mas todas as histórias eram muito sofridas (...). Faz sentido a idéia da “síndrome de Peter Pan”, mas ao mesmo tempo, é complicado. Porque os adultos sempre pareceram frágeis e sós. Mas ser criança também era muito solitário. Era me esconder na biblioteca no recreio, para não ter que falar com ninguém. A biblioteca era como um útero, seguro e aconchegante. É isso. Vontade de ser tão pequena, de voltar para o útero e estar longe do mundo todo. Vontade de, ao menos, ser tão pequena que não é preciso falar, andar, fazer esportes. A afirmação física, correr, fazer esportes, também sempre me deu medo. Uma falta de reconhecimento desse corpo, essa falta de habilidade com ele que sempre me gerou vergonha, desconforto. Eu nunca me reconheci nesse corpo. Ele ficou o menor que pôde, para me esconder no canto, num útero. Ele ficou gordo para que ninguém chegasse muito perto, para que meu eu continuasse pequeno, cada vez mais escondido, um “eu” encolhido dentro da gaiola física, de corpo, de gordura. E a questão do não crescer, do metabolismo, acho que tem muito a ver com isso, com essa vontade de ser alheia ao mundo, de não me mover. De vegetar nesse limbo de pré-nascimento, para não ter que fazer parte do mundo.